Roseli Sayão, psicóloga e consultora em educação, publicou em sua coluna no site da Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/colunas/roselysayao/2014/06/1475247-crise-existencial-na-juventude.shtml) um artigo sobre uma realidade mais presente do que imaginamos em nossos jovens.
Ela conversou com um rapaz de 25 anos e uma moça de 17 anos oriundos de diferentes realidades. O rapaz, com família de ótimo nível social e econômico, já está trabalhando e tem a carreira em ascensão. A moça acaba de entrar em uma universidade, estudou em escola pública, dá aulas particulares para se manter e realiza trabalhos voluntários.
Realidades diferentes, mas que chamaram a atenção da autora por algo que eles e muitos outros jovens têm em comum: o vazio que sentem em suas vidas. A autora fala sobre o quanto ouvir pode proporcionar aprendizado e novos questionamentos e relata que isso aconteceu com eles neste caso.
Os jovens que, apesar de estarem bem encaminhados, não enxergam em suas vidas perspectivas sentem que não conseguem ter motivos para sustentar a vida que levam. Relatam que não pensam em suicídio, mas acreditam que deve haver algo mais em suas vidas além do dia a dia que têm vivido, sentem que, se viver é só isto, a vida parece pequena. Roseli comenta o que aprendeu com os relatos: “Estamos valorizando em demasia, para os mais novos, facetas da vida que não são suficientes para sustentar a fome de viver”.
A preocupação é relevante, pois sabemos que o número de suicídios entre os jovens tem aumentado significativamente nos últimos anos. Não há estudos publicados sobre esta relação entre esperar mais da vida e pensar em não vivê-la, mas certamente em algum momento os jovens que ja sentiram aquela sensação de vazio já tiveram esses pensamentos e sentimentos se entrelaçando em seu pouco tempo de vida.
O que buscam esses jovens? O que será que os faria se sentir completos? Por que sentem esses vazios?
Surgirão muitas dúvidas para eles e para nós que os ouvimos. É por isso que precisamos nos esforçar para compreendê-los, nos colocar no lugar deles e ver o mundo com a realidade deles. Este será o nosso desafio e exercício como pais, amigos e sociedade: estar próximos desses jovens que não conseguiram ainda saber como se sentir melhor e o que buscar para preencher as suas vidas.
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Nossa, acho super bacana darem toda atenção a isso, porque no meu caso foi a falta de atenção que mais me afetou, afeta até hoje, mas de alguma forma acho que estou melhorando, todos esses pensamentos me vieram em mente, o auge foi aos 15/16, hoje na maior parte do tempo, acho que mudei, para melhor.
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