14 de dezembro de 2016


Os especialistas apontam que usamos apenas 25% da nossa capacidade de audição e, depois de dois meses, se a comunicação for de muito boa qualidade, do total ouvido pouco será lembrado. Ou seja: além de ouvirmos mal, nossa memória auditiva também não é lá uma maravilha. Ouvir é apenas uma atividade biológica, que não exige maiores esforços do nosso cérebro, enquanto que escutar pressupõe um trabalho intelectual, pois é preciso, após ter ouvido, interpretar, avaliar e reagir à mensagem.

Mas não há convergência de opiniões. O que para uns é ouvir, para outros é escutar e vice-versa. Independentemente do termo empregado é importante levarmos em conta a atividade da audição que põe o cérebro para funcionar e agir.

Por que temos dificuldades para escutar? Diferentes estudos mostram que o nosso pensamento trabalha numa velocidade quatro vezes mais rápida do que as palavras transmitidas oralmente. Por esse motivo, às vezes, temos dificuldade de concentração. A pessoa precisa de um minuto inteiro para expressar o que podemos compreender em 15 segundos. Talvez essa diferença entre a velocidade do pensamento e das palavras ajude a explicar também por que a maioria das pessoas sente muito mais prazer em falar do que em ouvir.

De maneira geral, prestamos atenção nas informações que favorecem a nossa causa e os nossos interesses e afastamo-nos das mensagens que julgamos desfavoráveis aos nossos anseios, inclusive prejulgamos e distorcemos quando ouvimos uma mensagem que contraria a nossa forma de pensar, iniciando um processo defensivo no qual passamos, mentalmente, a debater ideias contrárias, criticando as informações já transmitidas e procurando antecipar e resistir às novas mensagens.

Todos os elementos e fatos que estão à nossa volta podem interferir na concentração. Escutar exige uma atitude ativa, concentração e esforço intelectual, e a maneira como escutamos pode interferir nas nossas relações.

Algumas regras são apontadas por estudiosos para aprimorar a habilidade de bem escutar. Entre elas, entender antes de interpretar ou criticar; medir a nossa compreensão, ou seja, procurar lembrar quanto das informações ouvimos e quanto conseguimos guardar; aceitar as pessoas como elas são, e não como gostaríamos que fossem; não interromper a fala do outro, até porque ele não vai nos ouvir, já que ainda está preocupado com o que tem a dizer; e, por fim, respeitar, acolher e compreender. E é isso que nós, do CVV, estamos aqui para fazer!
 
Helio
CVV Ribeirão Preto (SP)


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