Na palestra "Coragem de ser vulnerável", da assistente social e pesquisadora Brené Brown, a autora destaca que nossa cultura é marcada pela racionalidade. Buscamos entender a realidade de modo objetivo, prever e controlar. Afinal, o novo e o diferente geram desconforto e insegurança.
Desta forma, reconhecer e vivenciar a própria vulnerabilidade muitas vezes não é algo fácil. Porém, cada um de nós pode escolher encarar este desafio para despertar suas potencialidades e experienciar a vida em plenitude.
Considerando a necessidade que o ser humano possui de manter vínculos e trocar afeto, expor os próprios sentimentos, pensamentos e valores, compartilhar experiências e opiniões exige coragem.
Vivemos em uma sociedade onde os parâmetros para definir o valor de alguém são o dinheiro e o poder. Além disso, padrões de beleza e de sucesso, modelos pré-definidos de como devem ser o trabalho, a família e os hábitos perfeitos são apresentados e reforçados a todo o momento pela grande mídia, fortalecendo uma cultura competitiva, materialista e superficial, que apresenta o ter e o parecer como fórmulas prontas para a felicidade.
Com padrões tão elevados a serem atingidos, grande parte de nós passa a disfarçar quem realmente é para receber o respeito e estima dos demais.Vestimos máscaras e armaduras para lidar com os outros e com as situações. Ocultamos nossos pontos de vista, nossas crenças e sonhos. Reprimimos nossos sentimentos e nos esforçamos ao máximo para nos mostrarmos a altura das expectativas.
Entretanto, em meio a todos estes personagens que criamos e papéis que desempenhamos, existe um impulso criativo, um conjunto de capacidades adormecidas que buscam ser expressas, vivenciadas e desenvolvidas.
Se o ambiente social às vezes apresenta-se hostil, rígido e pouco aberto a valorizar a diversidade que configura a vida, no CVV entendemos que confiar na Tendência Construtiva dos seres é a chave para facilitar a emergência destas características, o que proporciona uma mudança de perspectiva, outra forma de ver o mundo que se reflete em um novo modo de agir. Ao aceitar a realidade como esta se apresenta, nos libertamos da postura dominadora e passamos a acolher e compreender.
Andressa
CVV Jaraguá do Sul
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