25 de abril de 2017




Em artigo publicado no site São Paulo para crianças (veja aqui), a Presidente da Associação pela Saúde Emocional de Crianças - ASEC, Tânia Paris, esclareceu que "suicídio não é um ato de coragem, nem um ato de covardia. Suicídio é um ato de comunicação de um enorme sofrimento; não a dor de uma doença física, mas dor 'no coração'. E é por ter doído demais que a pessoa não aguentou e matou… a dor. Só que pensou que tinha que ir junto para acabar com ela. Não precisava ter sido assim".

É pacífico entre os especialistas que quem pensa, tenta ou concretiza o suicídio tem como finalidade última acabar com a dor. O desejo não é necessariamente de morrer, mas, diante de um sofrimento para o qual não se vislumbra solução, para o qual não se enxerga saída, chega-se ao ato extremo de desejar ou decidir acabar com a vida. A mensagem mais clara que alguém que pensa em suicídio deixa é a de que estava sofrendo para além de suas forças.

É lugar comum dizer que a pessoa que ameaça ou tenta suicídio quer "apenas" chamar a atenção. De fato, ela quer chamar a atenção, mas não no sentido depreciativo que se costuma dizer. Ela deseja chamar a atenção para a sua tristeza. Busca comunicar que está no limite e não vê possibilidades de mudanças. É um grito de socorro, para que as pessoas ao redor percebam a situação em que ela se encontra.

Independente dos fatos que a levaram àquela dor, deve-se procurar entender o sentimento. Como cada pessoa tem suas experiências e modos de processar informações, situações pequenas para uns despertam reações fortes em outros. Por isso é inapropriado julgar e, principalmente, mensurar sofrimento.

Uma forma de ajudar alguém com pensamentos suicidas é não diminuir o que ele está sentindo, é acolher sua aflição e mostrar-se presente e interessado. Em alguns casos, a pessoa saber que alguém se importa em ouvir atentamente o que ela tem a comunicar é suficiente para que ela volte a ter esperança em dias melhores.

Luiza
CVV Belém

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