9 de maio de 2017





O site de tecnologia Tec Mundo publicou uma notícia que vai na contramão do que se tem visto. Segundo a informação, uma garota vítima de cyberbullying solicitou ajuda para a equipe criadora do seu game favorito. Ela contou que ainda está viva por conta do auxílio recebido dentro do jogo. Não há dúvida de que existem alguns games que nos fazem refletir um pouco sobre a vida - basta olharmos para títulos como To the Moon (Para a Lua) e Brothers (irmãos): A Tale of Two Sons (Um conto para dois filhos) para percebermos do que estamos falando. A High School Story (Uma historia no ensino médio) não tem a mesma densidade narrativa dos games mencionados, mas conseguiu um feito importante: impedir que uma jovem cometesse o suicídio. “Temos uma espécie de chat no game para que as pessoas perguntem coisas sobre o game ou nos falem sobre problemas relacionados ao título. Porém, essa garota nos disse que estava tentando se matar”, explicou Oliver Miao, um dos responsáveis pelo jogo para smartphones.

O fundador do estúdio afirmou que ficou chocado e surpreso. “Também estávamos com medo porque não sabíamos a melhor forma de ajudar, então entramos em contato com um serviço de prevenção do suicídio para pedirmos alguns conselhos”. Curiosamente, no momento em que tudo isso aconteceu, a empresa estava trabalhando em uma missão para o game em que os jogadores deveriam ajudar uma personagem chamada Hope a lidar com problemas envolvendo cyberbullying.

Após procurar o auxílio de um serviço especializado, os membros da produtora foram aconselhados a encaminhar a garota para conversar com especialistas. Entretanto, continuaram em contato com ela. “Não queríamos que ela sentisse que estávamos empurrando-a para outro lugar. Fizemos ela perceber que nos preocupávamos e que estávamos lá para ouvir qualquer coisa que ela dissesse, mas que seria bom procurar esse auxílio especializado”, disse Miao. “Trocamos mensagens com ela por cerca de uma semana, e foi nesse período que descobrimos mais sobre sua vida. A coisa foi ficando cada vez mais assustadora para nós. Felizmente, no fim da semana, ela nos contou que estava buscando ajuda especializada, além de mencionar que era por causa do nosso game que ela continuava ali. Ficamos bem e, ao mesmo tempo, percebemos como um game pode ser forte e afetar a vida dos jogadores”, concluiu o responsável pela criação do game.

Como se salvar apenas uma vida fosse pouco, a empresa fez uma parceria com uma entidade chamada Cybersmile. Após o lançamento da missão envolvendo a personagem Hope, eles começaram a observar a reação dos jogadores e descobriram que, a cada semana, cerca de 100 jogadores buscaram a equipe do serviço para pedir ajuda ou apenas desabafar sobre problemas relacionados ao bullying. O artigo ilustra bastante bem a variedade de iniciativas de prevenção do suicídio, e como elas podem ser potencializadas através da rede. O CVV está inserido nesse processo de ajuda, oferecendo apoio emocional através do telefone, chat, Skype, email ou pessoalmente (veja formas disponíveis em www.cvv.org.br).

Alan
Centro de Valorização da Vida