Um olhar perdido na multidão faz-se sentir quando alguém busca um pouquinho de atenção e compreensão. Conceder ao outro nosso tempo e disponibilidade é um ato de compaixão. Tentar entendê-lo, não criticá-lo ou julgá-lo é ainda mais difícil, mas pode ter um efeito regenerador em quem precisa se abrir.
O sentimento de empatia, de colocar-se no lugar do outro, de tentar ver o mundo com os olhos dele, exige tranquilidade e abnegação para que nossas vivências não interfiram em nossa avaliação do momento que o outro está passando. Deve-se ter em mente que cada um interpreta o mundo de acordo com suas experiências, valores, traumas, paixões... Por isso que cada situação é única e pertence apenas a quem a vive, não sendo adequado fazer comparações ou interferências.
Para praticar a empatia não é necessário entender exatamente o que o outro está sentindo, compreender todos os fatos ou mesmo validar suas ações. Refere-se mais a entrar em contato com a emoção que é transmitida. Não precisamos, por exemplo, valorizar as mesmas coisas que a outra pessoa, mas, ainda que a situação que ela nos conte não nos pareça importante, poderemos acessar dores e alegrias que fazem parte da experiência humana. Assim, ainda que tudo seja diferente, somos capazes de nos identificar com cada pessoa, se alcançarmos os sentimentos envolvidos.
Ao permitirmos que a pessoa desenhe o seu sofrimento na página em branco que lhe ofertamos, nos oportunizamos um novo olhar sobre um fato, um mundo diferente daquele que se apresenta para nós, o universo do outro. Além de ser enriquecedor para quem ouve, possibilita um alívio para quem fala, desencadeando a sensação de compreensão, pertencimento e confiança.
Partindo da ideia de que todos precisamos conversar sobre nossos sentimentos de forma sincera e totalmente livre das máscaras do dia-a-dia, o CVV se mantém disponível 24h por dia, através do telefone ou do site www.cvv.org.br, oferecendo apoio emocional, em atendimentos sigilosos e anônimos.
Eixo Comunicação