Não é incomum, é até natural, os seres humanos rotularem os seus semelhantes, independentemente de razões culturais, econômicas, sociais, geográficas, existenciais, políticas, ambientais, religiosas, entre outras. E vem de longe, muito longe esta prática, talvez desde que o homem pôde utilizar-se da linguagem e se estabeleceram as relações de poder e de servilismo, de evidência de desavenças e de afinidades, mas, também, as relações de amizade, de amor, já que existem os rótulos carinhosos e afetivos.
A verdade é que nós nomeamos, carimbamos, catalogamos, apelidamos, e, quase sempre, nem sequer paramos para analisar se estamos rotulando de maneira justa ou injusta, verdadeira ou falsa, autêntica ou passível de dúvidas.
Quando rotulamos injustamente, estamos cometendo erros imperdoáveis, com o agravante de que o rótulo, além da injustiça que pode trazer em si mesmo, tem o poder de desmoronar o outro, de colocá-lo em situação de sofrimento que poderá lhe trazer consequências irremediáveis para a sua vida presente e futura. Quem já foi alvo de um "carimbo" injusto sabe as dores e os problemas que o episódio lhe impingiu. O rótulo maldoso e sem fundamento é chama destruidora e, quem dele se utiliza, às vezes se torna senhor de um poder imensurável.
Sabe-se que são vastas as conotações que envolvem o ato de rotular. O "carimbo" pode ter características de gracejo, de seriedade, de depreciação ou até prestígio a uma pessoa. Ou ainda necessidade de demonstração de sabedoria, de conhecimentos sobre determinados assuntos por parte de quem rotula. Acaba sendo um exercício de poder e uma forma não generosa de se relacionar com o outro.
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