12 de abril de 2016



A saúde do trabalhador recebe cada vez mais atenção da indústria. O foco da preocupação não é apenas com as doenças físicas, mas também com aquelas que afetam a saúde mental, como a depressão, que tem ocupado a terceira posição entre aquelas que mais provocam afastamento de funcionários, destaca um artigo publicado no Boletim da Federação das Indústrias do Estado do Paraná no início de março de 2015.

Assim como outras doenças, a depressão traz consequências sérias para o funcionário e, necessariamente, para o empregador. “As desordens de saúde mental e os fatores psicossociais, como o abuso de álcool e outras drogas, trazem impactos como faltas, custos para o cuidado com a saúde curativa, aquela que não é preventiva, assim como treinamentos e substituição de mão de obra”, destaca Rodrigo Meister, gerente de projetos do Sesi Paraná.

Além das faltas, a depressão tem a característica de afetar a produtividade mesmo quando o empregado cumpre seu horário. “Existem estudos que indicam que o presenteísmo (quando o trabalhador está no seu posto de trabalho e não produz) causado pela depressão gera custos de até três vezes mais do que as faltas e afastamentos”, completa Meister.

Atualmente, cada um de nós tem um número muito grande de papéis para exercer. Como a gente não consegue exercer todos eles de forma perfeita, temos um estresse permanente. Você precisa estar o tempo todo resolvendo problemas. “A vida passa a ser uma resolução de problemas e nada mais, porque não sobra tempo para mais nada”, avaliou o médico Drauzio Varella, em entrevista à Indústria em Revista e à TV Fiep.

A depressão também envolve fatores pessoais, além dos organizacionais. As indústrias começam a perceber que a vida do trabalhador pode afetar muito esta questão e quer começar a tratá-la não só intramuros, mas em um contexto de percepção ampla da necessidade humana dos trabalhadores industriais, salientou Meister. Cresce a preocupação com a orientação e a conscientização de formas mais eficazes para evitar a depressão e o impacto dela na empresa.

O assunto deve ser tratado com os trabalhadores de maneira preventiva para que se sintam amparados e apoiados em seus ambientes de trabalho. Surge aí uma grande e já conhecida oportunidade de divulgação do trabalho oferecido pelo CVV nas indústrias por palestras, semanas de prevenção de acidentes de trabalho e eventos coletivos que possam ajudar na diminuição da sensação do isolamento e deste sentimento de não poder compartilhar situações com os mais próximos.
 

Adriana
CVV Araraquara - SP