16 de setembro de 2016






















“Conectar. Comunicar. Cuidar”.  Este é o lema da campanha deste ano da Iasp, Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio, em colaboração com a Organização Mundial da Saúde. A ideia é que só será possível reduzir o número dessa verdadeira epidemia a partir de ações concretas. A cada ano, pelo menos 65 mil pessoas morrem nas Américas por suicídio. São 32 mortes por dia no Brasil, número superior ao de doenças como Aids e vários tipos de câncer.

E o que seria exatamente essa conexão? É o incentivo de formação de redes, de ligar pessoas afetadas de alguma forma pelo suicídio, de unir os que estão em risco, promovendo relacionamentos bidirecionais entre os que perderam alguém pelo suicídio e os que tentaram se matar. Os com ideação suicida, por exemplo, podem ajudar na tentativa de compreensão e na superação da dor para aqueles que têm que conviver com a perda de um familiar que se matou. Na avaliação da Iasp, é crucial impulsionar esforços no sentido de que algumas lições comuns sejam apreendidas. Compreender a complexa interação de fatos e circunstâncias que levam ao suicídio e as que, por outro lado, direcionam para o caminho da vida, da vitalidade.

O tabu e o silêncio são outras barreiras a serem quebradas. E aí entra a necessidade de comunicação, processo vital nesse trabalho de prevenção. Muitos simplesmente não tocam no assunto, como se ignorar fosse o caminho para que 800 mil pessoas deixem de morrer voluntariamente nas várias partes do planeta. Assim como as pessoas com hipertensão, diabetes ou câncer, as com depressão e outros transtornos mentais também precisam de ajuda. “Precisamos conversar sobre o suicídio como faríamos com qualquer outro problema de saúde pública”, recomenda o relatório da Iasp, ao apontar dicas simples, tais como mostrar respeito, compaixão, empatia e uma escuta sem juízos de valor para mudar esse cenário alarmante.

Nenhuma comunicação ou conexão no mundo terão os efeitos esperados sem o cuidado. Nesse campo estão estratégias governamentais, que devem incluir a prevenção do suicídio entre as prioridades. Já os profissionais de saúde devem se dedicar à identificação e ao apoio sobretudo daqueles que podem estar em maior risco. E, conclui o relatório, que acima de tudo possamos cuidar de nós mesmos.


*Precisando conversar? Acesse www.cvv.org.br e veja as formas de atendimento disponíveis.
Leila
CVV Brasília (DF)

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