Em 29 de
junho de 2015, o médico psicoterapeuta Meraldo Zisman publicou, no Diario de
Pernambuco (Recife), o artigo "Depressão e Suicídio entre Médicos
Estagíarios e Redidentes ". A matéria não está superada uma vez que a
questão da morte voluntária está sempre presente entre os seres humanos e
médicos, estes últimos, com alta prevalência.
Ressalta Zisman que "para aqueles que não sabem, o suicídio entre os médicos é uma ocorrência comum". Conforme a Fundação Americana para a Prevenção do Suicídio, 300 a 400 médicos matam-se a cada ano, cerca de um médico por dia. E acrescenta Zisman: "Nos primeiros dois meses do ano letivo (2014-2015), ocorreram dois suicídios de jovens médicos residentes, na cidade de Nova York".
Como ler essas cifras com serenidade? Como não ficar estarrecido e indagar: o que leva esses profissionais da área de saúde a cometerem tal gesto com tanta assiduidade? Como resposta pode se recorrer, ainda uma vez, ao Dr. Zisman que assegura: "A formação médica envolve inúmeros fatores de risco para a doença/distúrbios mentais, tais como, transição de papéis, diminuição do sono, traumas, mortes, doenças, tragédias e muitos outros acontecimentos inerentes à sua vida profissional".
Atualmente, já se tem conhecimento de que a "deslocalização" desses jovens doutores e doutoras, frequentemente, enviados para ambulatórios, na expressão popular, onde o vento faz a curva, a fim de realizarem residência médica, estágios, e outras formas de treinamento, podem lhes provocar sensação de isolamento e falta de apoio, o que contribuem para o surgimento da depressão e da ideação suicida. Sabe-se também, lamentavelmente, que muitos programas de treinamento não têm sido capazes de identificar e fornecer tratamentos de forma adequada para estes residentes, bolsistas e estagiários.
As organizações nacionais
americanas, como o Conselho de Avaliação da Educação Médica Superior (ACGME),
tentam, sem muito sucesso, abordar a saúde mental dos residentes e bolsistas,
propondo estratégias de educação integral, rastreio e tratamento.
Não há como responder satisfatoriamente. Entretanto, o CVV oferta o ouvido amigo, a compreensão, a empatia, a oportunidade do desabafo a esses profissionais que se disponham a contactar com a instituição.
Bartyra
– Recife (PE) e Helio
– Ribeirão Preto (SP)
*Precisando conversar? Acesse www.cvv.org.br e veja as formas disponíveis de atendimento.
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