Os holofotes da mídia internacional repercutiram as palavras do
escritor Graham Moore, ao receber o Oscar de melhor roteiro adaptado por “O Jogo
da Imitação”, na edição do prêmio de 2015. Ele admitiu ter
tentado o suicídio aos 16 anos e foi aplaudido
de pé, realizando um dos discursos mais emocionantes da noite.
Sabemos que o tema é considerado tabu, mas aos poucos se tem
conseguido espaço para discussão, tendo em vista que os dados divulgados pela OMS (Organização
Mundial da Saúde) sobre a crescente taxa de suicídio no mundo, especialmente
entre jovens, têm chamado atenção e possibilitado este assunto vir a tona.
Moore conseguiu expor um delicado sentimento de forma inspiradora:
“Quando eu tinha 16 anos, tentei me matar porque eu me sentia esquisito e me
sentia diferente e sentia que eu não pertencia a lugar algum. E agora que eu
estou aqui, eu gostaria de dedicar esse momento para os jovens que estão por aí
se sentindo estranhos, ou diferentes ou que não se encaixam em lugar algum. Sim,
vocês se encaixam! Eu prometo que sim. Permaneçam esquisitos, permaneçam
diferentes. E quando chegar a sua vez de estar aqui nesse palco, por favor
passe a mesma mensagem para a próxima pessoa que vier depois de você”.
A inspiração desse discurso parece ter raízes na vida de Alan
Turing, personagem central de “O
Jogo da Imitação”. O filme conta a história
verídica desse matemático que acabou cometendo o suicídio em 1954.
Ele não foi o único a abordar o suicídio nesta edição do Oscar. Ainda houve a fala curta, mas poderosa, da diretora Dana Penny, vencedora pelo documentário de curta metragem "Crisis Hotline: Veterans Press 1” : "Quero dedicar isso ao meu filho Even Perry. Perdemos ele para o suicídio. Devíamos falar em voz alta sobre o suicídio. Isso é para ele."
Ele não foi o único a abordar o suicídio nesta edição do Oscar. Ainda houve a fala curta, mas poderosa, da diretora Dana Penny, vencedora pelo documentário de curta metragem "Crisis Hotline: Veterans Press 1” : "Quero dedicar isso ao meu filho Even Perry. Perdemos ele para o suicídio. Devíamos falar em voz alta sobre o suicídio. Isso é para ele."
Em 2014, o diretor sueco Malik Bendjelloul, de 36 anos, foi premiado
com o documentário "À Procura de Sugar Man" e trouxe à tona o tema
suicídio ao tirar sua vida. Sua família confirmou que ele sofria com a
depressão faz alguns anos, foram inúmeras homenagens feitas a um homem que
"corria o mundo em busca de histórias para contar", após a sua morte.
Robin Williams, que recebeu seu único Oscar pelo filme
"Gênio Indomável" (1997), também tirou sua vida, em 11 de agosto de
2014. Ele lutava contra a depressão, a ansiedade e os estágios iniciais da
doença de Parkinson. Foi e ainda é um dos comediantes mais conhecido do mundo
por suas brilhantes atuações.
Apesar da capacidade de provocar gargalhadas em
suas divertidas interpretações e de ter mais de 60 filmes no currículo,
Williams reconhecia que continuava marcado por um trágico episódio ocorrido em
março de 1982, quando o ator John Belushi, de quem era amigo, foi
encontrado morto por overdose de drogas em um apartamento em Los Angeles.
Depressão, não se encontrar, doenças e muitos outros fatores que
somados podem levar alguém a pensar em morrer. Nenhum de nós esta imune a estes
pensamentos e sentimentos.
Comissão Redatora do Boletim do
CVV